Momentos Vivenciais

Mas que danças são essas? Ah! que difícil é transformar em palavras a força e a delicadeza de um movimento profundo, que surge das entranhas, cheio de vida, de ritmo biológico porque é o coração que bate, é o ritmo da respiração; são movimentos singelos de intimidade, em que a dança não é para ninguém! Mas eu danço e o outro dança e neste movimento celebro a sua presença, ele celebra a minha e surge a vinculação…

  Ainda ressoou a voz do facilitador «… é movimento pleno de sentido, profundamente conectado com as matrizes de gestos eternos» e recordo Fernando Pessoa: «Grande é a poesia, a bondade e as danças»; inspiro-me com as palavras de Rolando Toro: «Tua dança é a revelação voluptuosa / De teu mais íntimo mistério / Tua versão pessoal da origem do mundo», por isso como Nietzsche apetece dizer «Eu só poderia crer num Deus que soubesse dançar»!